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16/07/2016

# Dica de Leitura # 52

Título: Lições de gramática para quem gosta de literatura
Autor: Vários
Número de páginas: 104
Ano: 2007
Editora: Panda Books

O livro é uma antologia que reúne vinte textos (crônicas) dos mais expressivos autores brasileiros e, como aliadas, a língua portuguesa e a literatura. O livro foi organizado pela editora e escritora Carmen Lucia Campos e pelo jornalista, professor e escritor Nílson Joaquim Silva. Antes de organizar este livro, eles já haviam trabalhado juntos, como por exemplo, no livro Já não somos mais crianças que foi adotado em muitas escolas de todo o Brasil.

Na introdução Nossa pátria, nossa língua os autores comentam a respeito das mudanças que a língua portuguesa sofreu ao longo dos anos: antes singularizada e autoritária e agora, pluralizada, diversificada.

Após a leitura de todas as crônicas presentes no livro, foram escolhidas apenas cinco para fazer parte da resenha, entre elas:

Língua Pátria, de autoria de Frei Betto, o autor conta a história de um professor de língua portuguesa que além de desmistificar as regras de ortografia de uma maneira bem-humorada e descortinar o mundo dos livros, despertava vocações, entre elas a de Carlos Alberto, que desde muito pequeno descobriu o fascínio pelas letras. O professor disse-lhe que poderia ser um grande escritor e a profecia se cumpriu.

Guerrilha Urbana, de autoria de Ivan Ângelo, o autor conta a história de seu amigo jornalista, Toninho e, que por ser devoto da gramática foi chamado Toninho Vernáculo. Depois de lutar durante anos pela correção dos textos jornalísticos livrando-se de crases indevidas, concordâncias discordantes e aturando arranca-rabos com a sintaxe, não aguentou e aposentou-se. Mesmo assim, o incansável revisor parte para o campo de batalha atrás dos inimigos da língua portuguesa, afinal, para ele, tudo aquilo era uma afronta ao bom senso. Saiu pela cidade corrigindo os nomes mal colocados, assim como o personagem principal de O colocador de pronomes escrito por Monteiro Lobato.

A Professora, de autoria de Raul Drewnick, o personagem Sárvio apaixona-se pela bela professora de português, Ana Lúcia. Sentia-se “burro” perto dela e arrependeu-se por não ter escutado quando seu professor lhe dizia para estudar gramática, afinal, não era um bicho de sete cabeças. Agora ele se arrepende de não tê-lo ouvido.

A menina que falava internetês, de autoria de Rosana Hermann, trata de uma nova “língua”: o internetês, que na verdade, nada mais é, que uma gíria surgida na internet, baseada na simplificação da escrita: mãe e filha conversam pela internet e a mãe não consegue entender o que a filha está digitando e acha que a menina está com algum problema e elas acabam discutindo.

A Vogal A, o autor João Anzanello Carrascoza, conta a história de Tia Alda, uma mulher que acreditava no poder das palavras para resolver conflitos entre pessoas tão diferentes quanto vogais e consoantes. Tia Alda estava num banco e três assaltantes chegaram. A polícia cercou o local e aqueles que estavam na parte de dentro do banco tornaram-se reféns, inclusive ela. As negociações com a polícia começaram e tia Alda resolveu intervir: com o poder de sua palavra convenceu os assaltantes a se entregarem. Eles entregaram-lhe as armas e nisso a polícia invadiu. Acreditando que tia Alda era cúmplice dos bandidos a polícia baleou-a. Infelizmente, a vogal que viera abrir-lhes passagem foi morta por engano.

Nada mais natural que escritores brasileiros compartilhem com seus leitores o hábito de refletir sobre seu principal instrumento de trabalho: a língua. Com a leitura deste livro é possível descobrir o porquê de a convivência com as palavras ser tão fundamental nas relações humanas e como tornar o leitor mais íntimo de sua língua materna, servindo como objeto de trabalho didático capaz de aproximar e aprofundar os conhecimentos entre educador e educando. Recomendo!

CLASSIFICAÇÃO:

MUITO BOM!




8 comentários :

  1. Oi, tudo bem?? Parece um livro bem bacana para quem está estudando ou quer conhecer mais sobre nossa língua.
    Dica anotada.
    Bj

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  2. Gostei da dica de leitura, cronicas costumo ler pouco, mas seria um livro interessante para conhecer.

    Obrigada pela dica.

    Beijos

    Viviana

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  3. OOI
    Não conhecia esse livro, confesso que não chamou muito minha atenção. Não curto muito contos, mas para quem gosta deve ser um prato cheio! :)

    Beijoos
    http://estantemineira.blogspot.com.br/

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    1. Com certeza! Esse livro é, todo, muito inteligente. Vale a pena ;)

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  4. Oi, Mi!
    Eu adoro contos e sempre tive a curiosidade de saber mais sobre a nossa língua. Vou lê-lo com certeza.

    Beijinhos da Mady.

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    Respostas
    1. Oi, Rayssa!

      Fico feliz que tenha se interessado pela leitura. Vale muito a pena, é muito bom ;)

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